24 de novembro de 2009

mestre Angolinha em Sampa!


Maravilha de evento com mestre angolinha em Sampa. Solta a mandinga! Salve Mestre Angolinha!

A Historia do Berimbau



Lendas do Berimbau. Uma mais linda que a outra. Vamos colocando aqui as que já foram registradas. Essa chama-se Hungu, que é o nome do instrumento pelas bandas de Angola. Também chamam de urucungu, ou m'bolumbumba. Aqui em Moçambique, o berimbau tem nome de Xitende. Bom, é verdade que não é assim a meeeesma coisa, pois o Xitende tem a cabaça ao meio, e não precisa de dobrão para ser tocado. Mas com certeza é um avô ou primo mais velho do Berimbau.

11 de novembro de 2009

Visita a Sério!

Na nossa roda de Outubro, o Grupo Mando dos Palmares compareceu em massa no Nzinga. A roda foi cheia de ngunzo e animou um tanto!

Depois da roda, conversamos um pouco sobre a capoeira, sobre o dilema jogador de capoeira vs. capoeirista, e da importância do respeito à linhagem. Respeito, por sinal, foi que não faltou. Tenho certeza que todos saíram mais felizes do que entraram!

6 de novembro de 2009

duas ladainhas de Pastinha...

... pra quem andou lendo os últimos posts:



“Eu sou como a aranha,
Que tece sua teia pra sobreviver
Não tenho nada contra ninguém
Apenas teço a minha teia.”

“Você diz que sabe tudo
Lagartixa sabe mais
Ela sobe na parede
Coisa que você não faz, camará…”

Solta o verbo, pá!

Ilustríssimos senhores visitantes! Temos visto que pessoas ao redor do mundo visitam-nos aqui no blog. Muita gente do Brasil, dos Estado Unidos, da Alemanha, de Angola, México, Noruega e Polônia! O mapinha ao lado conta tudo.

Pois, já é um prazer inenarrável tê-los por perto, saber que alguém de jeito ou outro nos acompanha. Mas lhes pergunto: porque não deixam o ar da graça? Comentem, digam o que acharam, participem, critiquem! Assim podemos jogar aquele verdadeiro jogo de Angola: o do diálogo, de perguntas e respostas, de conversa e troca.

Reflexões sobre a federalização da capoeira na África Austral

Recentemente, tivemos a visita do mestre de uma grande federação de capoeira do Brasil. Com a passagem do mestre, houve um festival de graduações. Alunos viraram monitores, monitores viraram instrutores e assim vai. Até contramestre houve. Dois grupos em Moçambique, dois na África do Sul e um no Zimbabwe federaram-se recentemente a esta organização, na esperança de terem uma referência a adotar.

Três coisas não saem da minha cabeça quando penso nesse novo fenómeno da federalização da capoeira por aqui. Primeiro, me lembro dos meus mestres, e das diversas histórias que tive a chance de ouvir e aprender deles. Por exemplo, el@s contavam como era ser aluno do Mestre Moraes, de como se aprende até nas gotículas de suor que o corpo transpira. E de como somente depois de bons 20 anos desse aprendizado na capoeira é que alguém consegue segurar a mandinga de ser contramestre. E haja mandinga, porque ser considerado mestre (ou contramestre) não é o objetivo final. Antes pelo contrário, trata-se do início. Início da sua verdadeira responsabilidade com a capoeira, da sua verdadeira batalha pelos valores e fundamentos que dela emanam.


Segundo, eu me lembro da célebre frase do Mestre João Pequeno, quando foi perguntado o que faz um mestre de capoeira: “quem faz o mestre são os alunos!” (pra quem não sabe dessa história, vale a pena ler este post do treinel Haroldo, do Nzinga, no seu Blog do Treinéu). Ora, como o meu mestre pode ser meu mestre se não foi eu que o formei? Se não fui eu quem escolhi e ajudei a desenvolver suas filosofias, seus pensamentos? Como eu posso comer o fruto sem ter plantado a árvore?


Terceiro, penso em árvores, frutos e sementes. Vamos pensar nessa metáfora onde os grupos de capoeira são árvores que dão frutos. O Nzinga Maputo, por exemplo, é um fruto da árvore que é o Nzinga. Quando falamos de federações a coisa fica ainda mais complicada: se eu sou federado a um conjunto de grupos de capoeira, e tenho nesse conjunto a minha referência, meu guia; então de que árvore é que sou fruto? De nenhuma… Ou melhor, de um conjunto de árvores, cujos frutos podem ser cocos, goiabas ou cajus. Há um sério problema de identidade, de família, de reconhecimento aí. Não sou fruto de uma árvore, mas de um conjunto de árvores… Mas afinal, sou coco, caju ou goiaba? Aiaiai complicado né? Pois, é essa complicação que muitos grupos da África Austral escolheram pra si.


De certa forma, é compreensível: em Moçambique não vive nenhum mestre de capoeira, e os grupos todos (ver este post sobre os grupos de Maputo) batalham pra encontrar alguma referência. Assim, cada vez que vem um mestre, os grupos todos vão aos workshops pra aprender. Compreensível, sim… Mas preocupante também. Afinal, grande parte do aprendizado da capoeira é a compreensão do respeito pelos fundamentos, a continuidade de uma certa linhagem. Se todos os capoeiristas se alimentassem de qualquer mestre que aparece perto deles, a capoeira simplesmente perderia o sentido. Trocaríamos a diversidade tão rica e deliciosa desta arte por uma homogeneização aos moldes de wall-mart. Assustador, não? Pois, de certa forma ando assustado pois parece que é isso é o que está acontecendo por aqui. A tal federação cujo mestre esteve cá já conseguiu angariar pelo menos cinco grupos da África Austral, e tem planos pra ir mais longe. Se pudermos ao menos pensar sobre estes aspectos, estaremos já contribuindo pra salvar a capoeira desse processo grotesco.

5 de novembro de 2009

Apresentação na Escola Americana

Tá certo que a apresentação aconteceu há quase um ano. Mas há pouco apanhei de novo as fotos que andavam perdidas nos alfarrábios virtuais que a gente acumula. Então vale mostrar como foi.
O contexto: todo ano a Escola Americana (e acho que as escolas internacionais como um todo) promove uma semana em homenagem ao multiculturalismo e ao multinacionalismo. Como os alunos vêm dos mais variados países, é importante essa homenagem às diferenças e semelhanças que tem no mundo. Trata-se de uma semana muito divertida, cheia de atividades e eventos. No última dia, os pais e mães de alunos se esforçam pra lembrar as velhas receitas da vovó, e preparar um prato típico do seu país. Orgia gostosa.
No ano passado, o Nzinga Maputo foi convidado para apresentar na semana internacional, representando o Brasil. Entre uma dança do ventre (da Índia) e um grupo super legal de Hip-hop-Marrabenta (Moçambique), fizemos a nossa apresentação.
Começamos com alguns números da orquestra, incluindo músicas como Tiene Pamodzi, Manda Lecô e Sim sim sim, não não não. As crianças da escola primária se empolgaram e o coro foi aquela alegria que qualquer bateria adora sentir. Depois, aproveitando a empolgação, fizemos umas aleotrias e uns movimentinhos básicos: meia-lua, au, negativa… Foi riqueza pura. Os alunos do Nzinga também felizes à vera de poder interagir com uma realidade tão distinta da deles (note-se que Escola Americana serve principalmente filhos diplomatas e exatriados vivendo em Maputo, sendo uma das mais caras do país). E mandamos bem! Agradecemos sobremaneira a companhia da FICA-Moçambique, que não podia perder esta oportunidade.

Veja as fotos na barra lateral.