18 de novembro de 2010

Capulana Cultural

2 a 4 de Dezembro em Maputo... Venham para o Capulana Cultural - Experiências Femininas em Liderança Cultural. Vai ser lindo!


Com a presença de mulheres fazedoras de cultura em Moçambique e no Brasil, o evento Capulana Cultural – Experiências Femininas em Liderança Cultural acontece nos dias 02, 03 e 04 de Dezembro e conta com sessões de intercâmbio cultural entre diversas manifestações tipicamente realizadas por mulheres (como o Tufo, Zore, Muthimba e Xingomana) juntamente com a capoeira; debates sobre o papel da mulher na cultura e no desenvolvimento; alem de oficinas acerca dos direitos autorais e culturais.

O Evento Capulana Cultural foi idealizado com o objectivo de promover a mulher como agente activa da cultura e do desenvolvimento, buscando considerar as manifestações culturais como instrumentos de militância por um mundo mais justo e igualitário. Espera-se que participem do evento mais de 50 mulheres envolvidas em grupos culturais na província de Maputo.

Nomes como Paulina Chiziane, Graça Samo e Janja Araújo (do Brasil) vão mediar debates entre as diversas participantes, na tentativa de identificar formas pelas quais a cultura pode contribuir de forma mais activa para o desenvolvimento e a igualdade no país.

As diversas actividades promovidas pelo evento possibilitam às participantes entrar em contacto e aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da cultura e seus frutos. Paralelamente à programação, haverá uma sala de depoimentos (privada) com câmera aberta para as participantes falarem do encontro ou de suas vidas. Alem disso, haverá uma sala onde filmes sobre a mulher em Moçambique serão exibidos.

Programa:

2/Dez/2010 – Quinta-Feira, no Centro Cultural Brasil-Moçambique

9-10hs: Apresentação da Associação Sócio Cultural Horizonte Azul

10-10:15hs: Apresentação do Grupo de Tufo da Mafalala

10:15-11:30hs: Mesa Redonda – Mulheres na Cultura

11:30-11:45hs: Apresentação Muthimba de Mavalane

11:45-12hs: Apresentação Xingomana Mercado do Povo

12-12:30hs: Agradecimentos e encerramento da abertura


3/Dez/2010 – Sexta-Feira, na Casa da Cultura do Alto-Maé

9-12hs: Oficinas Culturais – Capoeira, Zore, Tufo, Xingomana, Muthimba

12-13hs: Almoço

13-14hs: Macuas e a preparação do Corpo

14-15hs: Debate – Direitos Culturais/Direitos Autorais

15-17hs: Roda Aberta de Capoeira


4/Dez/2010 – Sexta-Feira, na Casa da Cultura do Alto-Maé

9-10hs: Oficinas Culturais

10-11hs: Sessão de depoimentos

11-12hs: Debate Rede de Mulheres / Livro de depoimentos

12-13hs: Almoço e Encerramento

13 de outubro de 2010

Feira do Livro!

Neste sábado (16/11) haverá uma Feira do Livro Usado no Jardim dos Namorados. Nossa tradicional roda na Feira do Pau (Praça da Fortaleza) será então transferida para os Jardim, excepcionalmente. Compareçam!

12 de outubro de 2010

Ladainhas do Octavinho


Capoeira é o que n é (2x)
É o que meu mestre diz
Capoeira é universo colega velho acredite se quiser camará...

***


Capoeira é universo (2x)
Ninguém pode decifrar
Cê diz que isso é capoeira, ai meu deus
Capoeira é o que n é camará...

***


No tempo tempo da escravidão (2x)
quando eu cheguei aqui (2x)
encontrei você meu mano
jogando a capoeira, ai meu deus
capoeira com amor
Herança da capoeira colega velho
Seu Pastinha aqui deixou camará

***


Quando eu te conheci (2x)
Você me dava carinho
Mas depois de algum tempo cê já não ligava pra mim
Eu te dei meu coração
Mas você já nem quis saber d mim
Me entreguei de corpo e alma
Mas tudo que é bom um dia acaba, camará

A Rasteira do Reinaldo

A rasteira que o Reinaldo, um dos alunos do Nzinga, levou na Roda da Fortaleza num destes sábados, rendeu. Além de muitos aprendizados de como Cair e como Sair de resteira, ele resolveu registrar o momento, usando seus talentos de ilustrador. Quem esteve lá e presenciou a rasteira, pode confirmar o quão fidedigno é o desenho, especialmente no que diz respeito às expressões de cada um!


Novidades

Muita coisa mudou desde a nossa visita ao Brasil. Tanto para os que foram quanto para os que ficaram. Os que foram se deliciaram com o Nzinga 15 anos, e a convivência com @s noss@s mestr@s, Janja, Paulinha e Poloca, e com os Mestres Valmir (FICA - Salvador) e Jaime de Mar Grande, além de Tião Carvalho e Tata Mutá Imê. Isso deixando de fora todos os que visitaram o evento e os camaradinhas, que são companhias para a vida.

Para os que ficaram, ficou o desafio de tocar o grupo sem o professor, Limaverde, e sem dois de seus alunos mais antigos. Foi um excelente exercício de maturidade e responsabilidade com a Capoeira. Sinceramente, quando chegamos de volta a Maputo, ficamos impressionados com o tanto que o grupo cresceu, que bom!

Isso tudo teve resultados, gigantescos: iniciamos uma atividade na Universidade Eduardo Mondlane - UEM, com os alunos. As atividades ocorrem segundas e quartas feiras, no Centro Cultural da UEM. Aproveitamos para agradecer à Direcção de Cultura e Desporto da Universidade, nas pessoas da Sra. Alda e Sra. Arminda que, com muita simpatia, facilitaram o o nosso processo de entrada. Agradecemos também ao Franco, que coordena as atividades de teatro no Centro Cultural, que foi a principal fonte motivadora do processo. Finalmente, agradecemos de coração ao Agnelo, aluno do Nzinga (apesar de um pouco ausente, né, Agnelo???) que deu a primeira idaia e nos colocou em contato com o Franco.

O outro resultado deste nosso crescimento é a vinda da Mestra Janja para Maputo! Ela virá de 26 de Novembro a 5 de Dezembro, e deixará suas marcas tão belas por aqui. Mais por vir em breve!

Descansados...

Depois de um lindo evento em Sampa, no qual três membros do Nzinga Maputo participaram, graças ao apoio do ICM - International Club of Maputo e do Instituto Nzinga, descansamos! O blog ficou um pouco parado, mas o grupo não! Temos muitas novidades!

19 de agosto de 2010

roda de chegança hoje!

Pessoas, capoeiristas e chegados. Venham ao espaço do Nzinga para uma rodinha de chegança hoje. Compartilharemos coisas.
Até logo, às 18 horas!

18 de agosto de 2010

imagens de uma trajetória feliz

O Nzinga completou 15 anos de existência. É divino como uma iniciativa voltada à alegria, à justiça e ao aprendizado de si e do outro agrega pessoas, como se fosse um comboio de gente, trilhando um caminho gostoso e belo.

Mais divino é que desse semovente humano saem novos comboios de gente, trilhando em diferentes horizontes e agregando diferentes cabeças. As rotas mostram-se diferentes, mas o caminho é sempre esse mesmo, gostoso e belo.

Nosso caminho vem de longe...



As fotos deste post são do Chiquinho, nzingueiro ponta firme lá de Brasília. Na barra lateral, tem também fotos da Lilian e da Natália, ambas de Sampa.

10 de julho de 2010

Nzinga 15 anos!


Quem quiser me ver... Arrodeia o mar tres vezes!
Nós estamos lá! Núcleo Maputo representado por Mitó, Fernandinho e Limaverde. Haja coração!


Mapiko e seus tambores

Mapiko é uma dança forte. É daquelas coisas que explicar é só vendo mesmo. É uma dança do povo Makonde, que se concentra ao norte de Moçambique e Tanzania. É um povo, como a dança, forte e guerreiro, e com suas maneiras muito próprias de verem o mundo. Por exemplo, é uma sicedade matriarcal: casando, um homem muda-se para a casa da sogra; todo o cerner familiar (incluindo seu espaço físico) é baseado nas mulheres.
Quem se interessar pode achar alguma informcão do Mapiko na Associação Cultural Nkhoswe. Há também algumas fotos nesta página.


Vê-se que o Mapiko requer uma orquestra inteira, um conjunto de tambores e batuques para dar o ritmo e o ngunzo pros dançarinos... Ora ora com que parece isso? Da capoeira ao candomblé.

Fonte: Governo de Moçambique - Ministério da Educação e Cultura. Instrumentos Tradicionais de Moçambique. Maputo: Direcção Nacional de Cultura, 1980.

Fala Zé!

Palavras do Zé (20 anos), um dos alunos antigos do Nzinga que começa a entender um pouco das coisas. Além de angoleiro, o Zé é um exímio dançarino.

Bom dia, boa tarde, boa noite, seja como for tenha um dia feliz. Sou um membro do Grupo Nzinga de Maputo. O meu nome é José Inácio Vitorino Beula, gosto de ser chamado por JB. A capoeira para mim é uma das boas virtudes e eu vou falar um pouco o que é ser um capoeirista.

Para mim ser um capoeirista é saber tudo da Capoeira e poder ensinar, e dar conhecimento aos outros. Porque se um capoeirista quiser aprender sozinho, irá levar muito tempo, mas se aprender em grupo será um processo acelerado de aprendizagem.

Agora vou falar um pouco do meu grupo, Nzinga Maputo. O Grupo Nzinga de Maputo é um grupo que nasceu, cresceu e está bem conhecido. O grupo está e sempre estará aberto para todos os interessados porque a capoeira não é privilégio de ninguém, ela é pra homem, menino, menina e mulher.

Nós vamos construir o dia a dia, estamos sempre a ajudar e apoiar o grupo, porque nada aconteceria sem que alguém tivesse iniciado. Sempre temos que ver o que está faltando e também há muito trabalho temos que dividir as tarefas.

Quero agradecer às Mestras Janja e Paulinha e ao Mestre Poloca por mandar um discípulo de capoeira Angola o Gabriel Limaverde e agradecer também aos treineis que estiveram cá e que eu também tive a oportunidade de ver e conhecer: o Daniel, o Dênis e a Manô. Parabéns e obrigado por trazerem o Nzinga cá em Maputo. E mais uma vez obrigado Limaverde.

Valeu Zé!

11 de junho de 2010

Poloca na Europa 2010

Já começam a faltar dedos nas mãos para contar as peripécias de Mestre Poloca na Europa. Esse video-flyer (que legal isso!) foi criado pelo grande Mastrinho, que ajuda a Gigi na coodenação do Nzinga Marburg, na Alemanha.

Poloca Workshop - Europe 2010 (Video-Flyer) from pedro gonçalves on Vimeo.

17 de maio de 2010

Palavra do Mês: Mwana

Mwana é criança. Criança é pessoa. Mwana como diriam os moçambicanos da nata seria um miúdo, ou “puto”. Aquelas pequenas pessoinhas tão inteligentes, tão ativas e puras… Loucas por aprendizado.

Acho que mwanas somos nós também, aquela parte que vive para aprender do mundo, perguntar os porques… Na roda pequena e na roda grande!

12 de maio de 2010

Berimbau ou Xitende?

A querida Gigi, que coordena junto com o Mastrinho o núcleo do Nzinga em Marburg (Alemanha), é uma cinéfila de carteirinha. Vez por outra, ela compartilha com a gente os seus achados. Olha só este, com uma mamana tocando Xitende, na África do Sul.


11 de maio de 2010

Instrumentos de Mocambique - a Xigovia

Dos alfarrábios de alguma biblioteca velha, achamos um livrinho cheio de valor. Demos sorte de achá-lo antes das traças, ainda aestá inteirão. Trata-se de um livro editado pelo então Ministério de Educação e Cultura, sobre os instrumentos tradicionais de Moçambique: Catálogo de Instrumentos Musicais de Moçambique”.

Lendo-se com atenção, quase parece um livro de instrumentos brasileiros. A semelhança dos instrumentos (que se reflete também nas manifestações culturais em si) tradicionais daqui e do Brasil é mesmo uma prova da identidade de memórias que estas duas sociedades compartilham.



Pouco pouco, no chova-chova (como se diz por aqui) vamos postando uma página ou outra do livro aqui no blog. A começar pela Xigovia (ou Chigovia), uma espécia de flauta, feita com a casca da Massala (uma fruta da região, altamente energética e, dizem, afrodisíaca).
É um som gostoso, pra fazer sozinho ou com mais gente. Os diferentes tamanhos podem dar timbres variados, e pensamos que uma orquestra de Xigovias seria diversão brava!

Fonte: Governo de Moçambique - Ministério da Educação e Cultura. Instrumentos Tradicionais de Moçambique. Maputo: Direcção Nacional de Cultura, 1980.

3 de maio de 2010

29 de abril de 2010

festinha gostosa em Sampa...

Pra quem está na área! Aqueles que estiverem longe, leiam um poema bem gostoso também. Vai dar um gostinho da Kizomba.

15 de abril de 2010

Capoeira no Quênia - Fotos!


Algum dos alunos conseguiu capturar umas cenas do jogo entre Limaverde e Brian em Nairobi. Foi um joguinho interessante e rápido, só pra não passar batido.

14 de abril de 2010

Capoeira no Quênia tem tem tem

No Quenia tem capoeira! Recentemente, tive a oportunidade de viajar para o Quenia, a trabalho. Visitei em Nairobi o Grupo Balanço Negro, descendentes do Mestre Sombra, tradicional na região da baixada Santista, em São Paulo.

Foi um grande prazer conhecer o Brian, coordenador do trabalho, e pessoas como Ndanu, muito comprometidas com a preservação e o desenvolviemnto da Capoeira. Consegui visitá-los num sábado, em uma aula para crianças de manhã. Antes mesmo de me apresentar, observei por um longo período o cuidado e a dedicação com que @s capoeiristas ensinavam aqueles jovens seres humanos a arte. Foi uma coisa linda de se ver.

Infelismente, nada de fotos por enquanto… Mas muitos planos: o grupo de lá planeja um Festival de Capoeira para o final do ano, e nós do Nzinga estamos pensando seriamente em participar. Que é longe, é, mas como já diria Mestra Janja, temos que fazer do caminho o nosso objetivo. Na verdade, é simples: um trem saindo da estação central dos CFM em Maputo até o Zimbabwe, e mais um onibus que nos leva até Nairobi. Demoraria uns tres dias, que seriam muito cheios de aprendizados e capoeira… Um pouco de samba acho que também não ia faltar!

Brian e camaradas do Quenia, estamos prontos! Nos digam quando!

12 de abril de 2010

Por cima do mar eu vim, por cima do mar eu vou voltar...

Atravessei o Atlântico já com a sensação de que essa “ida” se tratava na verdade de uma “volta”... E o encontro foi de fato um reencontro.

O camarada Limaverde e sua família (Joana e Cauã) me acolheram eu seu lar e rapidamente ignorarmos o fato de não nos conhecermos. Somos patrícios, somos parentes, somos irmãos de um vínculo não-sangüíneo. Mas, a capoeira angola nos irmana ao nos preencher com um espírito comunitário que corre pelo nosso corpo, também bombeado pelo coração.

Esse espírito que nos anima, que me faz filha-discípula de Mestre Plínio e irmã-camarada dos angoleiros de veste branca e azul é ainda capaz de criar uma grande teia de relações que abrange todos os continentes, sem exagero.

Foi por essa teia que estive amparada desde o primeiro momento que pisei em Maputo e que me levou, apenas algumas horas depois do meu desembarque, a estar nos braços da mãe capoeira, no seio da grandiosa Mãe África!


A capoeira é mesmo uma coisa viva que toma o corpo da gente e nos faz movimentar à medida que damos movimento a ela. E movimento gera movimento. Do movimento do corpo ao Movimento Cultural – a capoeira angola se afirma como fenômeno aglutinador de pessoas, proporcionando encontros e reencontros.


Em Maputo me encontrei com Limaverde sua família e amigos e mais uma vez o Nzinga se reencontrou com o Angoleiro Sim Sinhô. Em Maputo reencontrei a África de minha ancestralidade e simplesmente me encontrei.
Khanimanbo!

renatinha zabelê

PS: Esse é o nosso primeiro post escrito por uma convidada: ilustríssima Renatinha Zabele. Quem tiver contribuições possíveis ao blog, venham e digam! Obrigado de novo, Renatinha!

6 de abril de 2010

Linda Visita

Esses dias tivemos uma linda visita em nosso grupo: a Renatinha Zabelê, discípula do mestre Plínio, do grupo Angoleiro Sim Sinhô. Com sua simplicidade e grande sabedoria, ela nos trouxe um muito de capoeira, um muito de fundamento, um muito de amor pela arte e um muito de sabedoria. Taí ela, de azul, no meio dos Nzingueiros, depois do treino que ela puxou conosco.


Foi lindo demais! Pro Nzinga e pra capoeira de Maputo como um todo... Os angoleiros de valor daqui se juntaram e resolveram retomar as rodinhas de sábado na Fortaleza, na Feira do Pau. Nada melhor do que Renatinha pra pegar no gunga cantar a primeira ladainha nesse re-vivência e re-começo da roda de rua de Maputo. Dunguinha (FICA Moçambique) no médio e Limaverde (Nzinga Maputo) no viola.


Renatinha querida, um beijão pra você e mil agradecimentos por sua presença forte, pelo Ngunzo, pelo ensinamento.

25 de março de 2010

O Perigo da História Única




O professor Severino Nguenha, a quem tive o privilégio de encontrar em suas aulas, já dizia: fazer historia é como esoclher o nosso bolo de aniversario. Uns vão preferir de chocolate, outros de coco e outros de laranja. No mercado (de todas coisas que se passam nesse mundo), escolhemos então o que preferimos: laranja, no meu caso. O chocolate e o coco existem e sempre existiram... E continuam lá, no mercado do mundo. Mas como o aniversario é meu, o bolo sai como eu quero. Nossa!
Esse vídeo é mais uma contribuição da Manô, treinel de Sampa, que vive nos alimentando com coisas boas da internet. Alô Mano! Tá na hora de ouvirmos umas palavras suas em primeira pessoa!

18 de março de 2010

Palavra do mês: kaya

Essa todo mundo já ouviu, em um context ou outro. Em um significado ou outro… até o Gil já falou de Kaya N’Gandaia, lembra? Kaya de cair e de outras milongas mais.
Aqui quando ouvimos Kaya ouvimos CASA. Lar, home. Aquele lugar tão especial que criamos para recarregar nossas energias. Aquele abrigo às agruras e doçuras do mundo, onde reina (ou deveria) reinar a paz…

Casa. Aqui no Nzinga é nossa casa também, e casa do que vêm por bem. Nossa casa a gente cuida e é cuidad@ por ela. Casa é corpo, casa é a gente mesmo…

2 de março de 2010

A roda de 8 de Março cresceu!

A roda do dia 08 de março cresceu e nos encontraremos também no domingo - dia 07 - para um dia de capoeira, aprendizado e confraternização. Que legal! Estejam lá!

22 de fevereiro de 2010

8 de Março



8 de Março, dia internacional da Mulher
8 de Março, aniversário do Nzinga. Esse ano, fazemos 15 anos.
8 de Março, dia de mulheres e homens aprenderem a igualdade.
8 de Março, dia de mulher se olhar pra dentro e perceber a foça da luta que a liberdade a obriga a lutar.
8 de Março, dia de homem se olhar pra dentro e perceber onde moram seus privilégios, aprendidos desde a mais tenra mente.
8 de Março, dia de a Capoeira se olhar pra dentro e transformar práticas que repetem e ensinam a perpetuar tais opressões.
8 de Março, mais do que noutros dias, é dia de ver a roda pequena como roda grande, dia de entender a responsabilidade do capoeira em construir pouco pouco um mundo mais justo.
8 de Março, dia de Chamada de Mulher no Nzinga. Dia de perceber o que é resistência e porque fazê-la. Quem ainda não percebeu, vá lá. Quem percebeu também.

17 de fevereiro de 2010

Revelando origens

É um exercício perfeito para o capoeirista, este de buscar revelar e explicar a origem da Capoeira. Como sabemos muito bem obrigado, suas origens são múltiplas, pesquisa acerca disso são poucas e certezas… Bem essas é que estão raras no papo.

Vê-se correlação entre o Xitende e o Berimbau, entre a capoeira e diversas danças que, ainda hoje, são praticadas em Africa e na diáspora africana.

Essa semana, o terinel Denis, de Sampa, nos colocou en frente à Ladja, espécie de dança-jogo praticada na Martinica. Se liga na mandinga desses caras! A origem da mandinga revelada, pode-se dizer. Percebam que este ritual praticado lá tem muito mais a ver com a capoeira do que simplesmente os movimentos (uns lembram o rabo-de-arraia). Há uma bateria, um puxador de canto, o coro e duas pessoas jogando no meio. Incrível!

O primeiro vídeo é um documento histórico sobre a Ladja, de 1936. O segundo parece mais recente.




Valeu Dero, pela pesquisa continuada. Valeu pelo conhecimento continuado e compartilhado!

16 de fevereiro de 2010

Palavras sábias de Fernandinho

As palavras que seguem são do Fernando, um aluno do Nzinga Maputo de 18 anos. Todos fizeram uma pequena “tarefa para a casa”, onde tinham que dizer o que aprenderam com a vinda dos mestres e o que acham que poderia ter sido diferente.
As respostas deles são aula de capoeira, inteirinhas. O Fernando, nessa aula dele, nos ensina sobre a diferença entre o capoeirista e o jogador de capoeira, sobre o respeito, sobre dedicar-se por inteiro `a capoeira. Olha só que o cara escreveu:

“Eu, Fernando Alfredo Mavolane aprendi muita coisa com os três dias de evento.
Sem falar dos movimentos que todos são bonitos de se fazer e são surpreendentes, quando a outra pessoa menos espera você a surpreende e ele fica apavorada. A Mestra Paulinha, o Mestre Poloca, o Daniel, o Dênis e a Manô deixaram ficar bonitos movimentos.
E dizer que aprendi muito mesmo só pelo jeito de ser dos mestres e dos treineis, já é um grande aprendizado para mim.
E falar das belas palavras que eles deixaram ficar, que Capoeira não é só meter o pé pra cima e dizer que é tudo porque não é. Capoeira é o que não é capoeira. Essa frase me marcou porque nó queremos ser capoeiristas e não simplesmente jogadores de capoeira.
No meu conhecimento, jogador de capoeira só se preocupa com os movimentos da Capoeira, e o capoeirista não se preocupa só com isso. O capoeirista se preocupa também com o desenvolvimento do seu grupo e muito mais.
Eu não consigo encontrar as palavras para dizer o quanto eu estou feliz no Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Não tenho mais nada a dizer, só dizer obrigado ao Mestre Poloca, à Mestra Paulinha e à Mestra Janja por terem ensinado ao Limaverde esta linda arte que agora ele ensina para nós. Obrigado também ao Lima por tudo o que já fez e continua fazendo.
Um abraço.”


Aê Fernandinho, nós é que te agradecemos por entenderes tanto disso tudo.

29 de janeiro de 2010

Berimbau Eletrônico

O Mestre Toshiba cresceu! Olha só, o berimbau ganhou até versão robotizada. Segundo o inventor, ele toca pelo menos 7 toques da capoeira. O filme dá alguns exemplos… Querendo saber mais, leia o post do inventor no seu blog.







Eu, que ainda faço parte dos antiquados, prefiro assim aprender o tchim e o dom do meu mestre, aquele que me ensina, me desafia, me faz entender a vida. Já dizia o Gilberto Gil, que acariciou a cultura brasileira enquanto ministro e enquanto pensante, já disse desde 1968, com essa musica Cerebro eletrônico:

“O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo

O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda

Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu

Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço. Hum
Eu penso e posso

Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
No meu caminho inevitável para a morte

Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei
Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro”

Eu sou curioso de saber o que ele diria do berimbau eletrônico… Eu mesmo, gostava de ver. Pra crer. E depois, acho que ia querer distancia! Mas é estranho, ao mesmo tempo que interessante, pensar a capoeira nessa era virtual. Vishe!

Agradecendo ao M C, do Nzinga Sampa, por ter compartilhado o que ele achou!

20 de janeiro de 2010

Fotos do Chonga Mandinga


Veja uma selecção frequinha de fotos do Chonga Mandinga na barra lateral. As fotos são cortesia de Mindy, Manoela, Mestre Poloca e Limaverde. Valeu gente! Mais ainda por vir!

18 de janeiro de 2010

Da Capoeira Renasce o Xitende

A reportagem que tocou nossos corações tinha o seguinte título:
Ventos do Atlântico devolvem Xitende

Trata-se desta reportagem, que apareceu no Caderno Cultural do Jornal Notícias, nesta quarta-feira. Leia todinha, vale a pena super! Notem na imagem que acompanha reportagem os alunos do Nzinga Maputo: Nando (esq), Aloicio e Fernando (dir). Bonitões na foto, heim?


Da capoeira renasce o Xitende

CHAMEM Berimbau ou qualquer outro nome, a verdade é que o Xitende, instrumento tradicional moçambicano, até há algum tempo votado ao esquecimento, tende a ganhar terreno, curiosamente nos centros urbanos do país, onde está a ser reintroduzido por adolescentes e jovens praticantes da capoeira.Maputo, Quarta-Feira, 13 de Janeiro de 2010:: Notícias
É da internacionalização da capoeira, uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, que o Xitende, uma espécie de harpa unicórdia, bastante tocado em cerimónias festivas e ritos de passagem, sobretudo na região sul do país, volta a ganhar terreno.

Como que fazer fé, a Casa da Cultura do Alto-Maé promoveu na última sexta-feira, o primeiro Festival do Xitende, com o objectivo de é homenagear e promover o Xitende.

Diga-se de passagem, foi um momento singular e até único promovido por uma instituição do Estado visando resgatar um elemento do nosso vasto e riquíssimo património material.

Juntando adolescentes, jovens, mestres de capoeira e do Berimbau, músicos tarimbados, casos de Zé Maria, Matchume (do Timbila Muzimba), o Xitende foi executado nos seus diversos usos: a maneira tradicional e em fusão com outros ritmos.

Foi igualmente executado conjuntamente com seus "parentes", tal como o berimbau, muito ouvido em Maputo, nas diversas rodas de capoeira.

Aliás, sendo parte da herança africana no Brasil, atribui-se a origem do berimbau ao Xitende e instrumentos semelhantes, encontrados em diversas partes de África, como o urucungu, hungu ou mbolumbumba em Angola.

Para além de se tocar o Xitende, foram realizados debates e oficinas de construção, actos que contaram com o grande contributo de mestres de capoeira e Berimbau, incluindo elementos da Orquestra Nzinga de Berimbaus idos do Brasil.

Ontem foi a vez de levar o Festival do Xitende à província de Gaza, tendo sido palco de apresentação a Casa de Cultura do Xai-Xai.

As fotos do nosso colega, Juma Capela, revelam por si a reintrodução do Xitende nos centros urbanos, em particular na cidade de Maputo, onde existe um grande movimento de capoeira.

12 de janeiro de 2010

O que falou-se sobre o Chonga Mandinga

Aqui vão alguns links de Jornais que reportaram o acontecimento Chonga Mandinga. A TV esteve presente, assim como o rádio (tentaremos em breve postar links para estes). O Festival do Xitende, conforme citado na maioria das reportagens, era parte integrante do Chonga Mandinga, e ocupou todo o primeiro dia de atividades.


O Jornal Notícias de sexta-feira (8/1/2010) noticiou:


Hoje, na Casa de Cultura do Alto Maé: Festival do Xitende

A CASA de Cultura do Alto Maé promove a partir das 15.00 horas de hoje o primeiro Festival do Xitende, com o intuito de aviventar aquele importante instrumento tradicional moçambicano, mais praticado na região sul do país.

O objectivo do festival, segundo informações em nosso poder, é homenagear e promover o xitende, importante instrumento tradicional moçambicano.

O xitende é uma espécie de harpa unicorda, tocado em cerimónias festivas e ritos de passagem, acompanhado de outros instrumentos. Apesar da sua grande importância cultural e histórica o instrumento vem sendo esquecido pela grande maioria dos moçambicanos.

Com efeito, no Festival do xitende vai ser executado nos seus diversos usos: à maneira tradicional, com outros instrumentos moçambicanos em fusão com outros ritmos.

Será igualmente executado conjuntamente com seus "parentes", tal como o berimbau, muito ouvido em Maputo nas diversas rodas de capoeira. Sendo parte da herança africana no Brasil, atribui-se a origem do berimbau ao xitende e instrumentos semelhantes encontrados em diversas partes de África, como o urucungu, hungu ou mbolumbumba em Angola.

Para além de apresentações, haverá debates e oficinas de construção de instrumentos.

É esperado no festival um público constituído por agentes culturais, músicos, diversos grupos culturais que utilizam instrumentos tradicionais, estudantes de música tradicional e praticantes de capoeira.

Entretanto, de acordo com uma nota de Imprensa da Casa de Cultura do Alto Maé, além de apresentações de tocadores de xitende moçambicanos, é esperada a participação da Orquestra Nzinga de Berimbaus, do Brasil.

Depois de Maputo, o Festival do Xitende continuará na província de Gaza, sendo palco a Casa de Cultura da Xai-Xai, com apresentações na terça-feira, 12 de Janeiro, a partir das 13.00 horas.


O Jornal O País, da mesma data, também marcou presença:

Xitende e Berimbau na Casa da Cultura


O Club of Mozambique (agência online de notícias sobre Moçambique, em inglês) não ficou para traz:


Xitende Festival at Casa da Cultura do Alto-Maé


Mais, em breve :)

A Mandinga Mandingou!

O Chonga Mandinga fez jus ao nome: foi beleza pura. O evento começou na Casada Cultura do Alto-Maé, com uma oficina de fabricação de berimbaus ministrada pelo Mestre Poloca.

Depois, houve na rua uma apresentação composta por Zé Maria, Matchume (dos Timbila Muzimba) e pela Orquestra Nzinga de Berimbaus. O povo das redondezas, assim como os participantes do evento, se juntaram para assistir o espectáculo. Houve gente dançando e diversão não faltou.

Nos dois próximos dias, houve uma intensa programação de rodas e oficinas de Capoeira Angola, na Escola Industrial, onde o Nzinga Maputo treina. Depois da roda de encerramento, houve dança novamente, ao som improvisado de tradicionais músicas lúdicas de Moçambique. Dos visitantes do Brasil, só se via a boca aberta de alegria e surpresa.

Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer a tod@s aqueles que nos apoiaram nessa longa jornada que foi a organização e execução deste evento. Em especial, gostaria de agradecer aos nossos ancestrais, que estiveram presentes e acho que também curtiram a coisa toda. Um agradecimento sem tamanho para a Mestra Paulinha e o Mestre Poloca (e os treineis de Sampa), simplesmente por estarem aqui perto de nós.

Agradecemos também à Sra. Amélia Carlos, directora da Casada Cultura (juntamente com toda a sua equipe), e à Directora da Escola Industrial, pelo apoio na realização da coisa e pela cessão dos espaços. A Joana, do Grupo Capoeira Brasil, e o Dunguinha, da FICA Moçambique, também apoiaram grandemente para que tudo desse certo.

A tod@s @s presentes no evento, incluindo o Mestre Joãozinho da Figueira (Marazul) pela honra e pelo ar da graça.

E finalmente, agradecemos a nós mesmos, membros do Nzinga Maputo, por termos conseguido dar este passo tão importante na capoeira maputense.

Khanimambo!

PS: As fotos e videozinhos virão em breve, venham ver para aprender!

enquanto dormimos... e enquanto acordados