12 de abril de 2010

Por cima do mar eu vim, por cima do mar eu vou voltar...

Atravessei o Atlântico já com a sensação de que essa “ida” se tratava na verdade de uma “volta”... E o encontro foi de fato um reencontro.

O camarada Limaverde e sua família (Joana e Cauã) me acolheram eu seu lar e rapidamente ignorarmos o fato de não nos conhecermos. Somos patrícios, somos parentes, somos irmãos de um vínculo não-sangüíneo. Mas, a capoeira angola nos irmana ao nos preencher com um espírito comunitário que corre pelo nosso corpo, também bombeado pelo coração.

Esse espírito que nos anima, que me faz filha-discípula de Mestre Plínio e irmã-camarada dos angoleiros de veste branca e azul é ainda capaz de criar uma grande teia de relações que abrange todos os continentes, sem exagero.

Foi por essa teia que estive amparada desde o primeiro momento que pisei em Maputo e que me levou, apenas algumas horas depois do meu desembarque, a estar nos braços da mãe capoeira, no seio da grandiosa Mãe África!


A capoeira é mesmo uma coisa viva que toma o corpo da gente e nos faz movimentar à medida que damos movimento a ela. E movimento gera movimento. Do movimento do corpo ao Movimento Cultural – a capoeira angola se afirma como fenômeno aglutinador de pessoas, proporcionando encontros e reencontros.


Em Maputo me encontrei com Limaverde sua família e amigos e mais uma vez o Nzinga se reencontrou com o Angoleiro Sim Sinhô. Em Maputo reencontrei a África de minha ancestralidade e simplesmente me encontrei.
Khanimanbo!

renatinha zabelê

PS: Esse é o nosso primeiro post escrito por uma convidada: ilustríssima Renatinha Zabele. Quem tiver contribuições possíveis ao blog, venham e digam! Obrigado de novo, Renatinha!

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