22 de fevereiro de 2010

8 de Março



8 de Março, dia internacional da Mulher
8 de Março, aniversário do Nzinga. Esse ano, fazemos 15 anos.
8 de Março, dia de mulheres e homens aprenderem a igualdade.
8 de Março, dia de mulher se olhar pra dentro e perceber a foça da luta que a liberdade a obriga a lutar.
8 de Março, dia de homem se olhar pra dentro e perceber onde moram seus privilégios, aprendidos desde a mais tenra mente.
8 de Março, dia de a Capoeira se olhar pra dentro e transformar práticas que repetem e ensinam a perpetuar tais opressões.
8 de Março, mais do que noutros dias, é dia de ver a roda pequena como roda grande, dia de entender a responsabilidade do capoeira em construir pouco pouco um mundo mais justo.
8 de Março, dia de Chamada de Mulher no Nzinga. Dia de perceber o que é resistência e porque fazê-la. Quem ainda não percebeu, vá lá. Quem percebeu também.

17 de fevereiro de 2010

Revelando origens

É um exercício perfeito para o capoeirista, este de buscar revelar e explicar a origem da Capoeira. Como sabemos muito bem obrigado, suas origens são múltiplas, pesquisa acerca disso são poucas e certezas… Bem essas é que estão raras no papo.

Vê-se correlação entre o Xitende e o Berimbau, entre a capoeira e diversas danças que, ainda hoje, são praticadas em Africa e na diáspora africana.

Essa semana, o terinel Denis, de Sampa, nos colocou en frente à Ladja, espécie de dança-jogo praticada na Martinica. Se liga na mandinga desses caras! A origem da mandinga revelada, pode-se dizer. Percebam que este ritual praticado lá tem muito mais a ver com a capoeira do que simplesmente os movimentos (uns lembram o rabo-de-arraia). Há uma bateria, um puxador de canto, o coro e duas pessoas jogando no meio. Incrível!

O primeiro vídeo é um documento histórico sobre a Ladja, de 1936. O segundo parece mais recente.




Valeu Dero, pela pesquisa continuada. Valeu pelo conhecimento continuado e compartilhado!

16 de fevereiro de 2010

Palavras sábias de Fernandinho

As palavras que seguem são do Fernando, um aluno do Nzinga Maputo de 18 anos. Todos fizeram uma pequena “tarefa para a casa”, onde tinham que dizer o que aprenderam com a vinda dos mestres e o que acham que poderia ter sido diferente.
As respostas deles são aula de capoeira, inteirinhas. O Fernando, nessa aula dele, nos ensina sobre a diferença entre o capoeirista e o jogador de capoeira, sobre o respeito, sobre dedicar-se por inteiro `a capoeira. Olha só que o cara escreveu:

“Eu, Fernando Alfredo Mavolane aprendi muita coisa com os três dias de evento.
Sem falar dos movimentos que todos são bonitos de se fazer e são surpreendentes, quando a outra pessoa menos espera você a surpreende e ele fica apavorada. A Mestra Paulinha, o Mestre Poloca, o Daniel, o Dênis e a Manô deixaram ficar bonitos movimentos.
E dizer que aprendi muito mesmo só pelo jeito de ser dos mestres e dos treineis, já é um grande aprendizado para mim.
E falar das belas palavras que eles deixaram ficar, que Capoeira não é só meter o pé pra cima e dizer que é tudo porque não é. Capoeira é o que não é capoeira. Essa frase me marcou porque nó queremos ser capoeiristas e não simplesmente jogadores de capoeira.
No meu conhecimento, jogador de capoeira só se preocupa com os movimentos da Capoeira, e o capoeirista não se preocupa só com isso. O capoeirista se preocupa também com o desenvolvimento do seu grupo e muito mais.
Eu não consigo encontrar as palavras para dizer o quanto eu estou feliz no Grupo Nzinga de Capoeira Angola. Não tenho mais nada a dizer, só dizer obrigado ao Mestre Poloca, à Mestra Paulinha e à Mestra Janja por terem ensinado ao Limaverde esta linda arte que agora ele ensina para nós. Obrigado também ao Lima por tudo o que já fez e continua fazendo.
Um abraço.”


Aê Fernandinho, nós é que te agradecemos por entenderes tanto disso tudo.