13 de agosto de 2012

Capoeira e Break Dance: irmãs de pai e mãe


Na semana passada esteve aqui o grandioso Abramz, símbolo da cultura hip-hop no Uganda. Ele fundou um movimento chamado Break Dance Uganda que ensina gratuitamente o break dance em diversas partes de Uganda, formando multiplicadores e uma verdadeira legião de bboys e bgirls no país. Recentemente, gravou o filme Boucing Cats, a ser lançado em breve, onde conta a história de sua vida e de sua luta.

Nossa conexão surgiu de um feliz encontro: a Jane, que já havia trabalhado com Abramz calhou de ver uma apresentação da Orquestra de Berimbaus num evento celebrando a criança Moçambicana. Ela viu tantas semelhanças que fez questão de nos apresentar e colaborar com a vinda dele para Maputo. Segundo ela, as semelhanças não se limitavam aos movimentos em si, mas no ritual e na interação de como tudo acontecia.

Pois foi. As semelhanças daí só se multiplicaram. Nas conversas com o Abramz não se acabavam exemplos em que a capoeira e o break dance se identificavam. Para ele por exemplo, cada um no grupo é aluno e professor ao mesmo tempo, tendo a chance de aprender assim como a responsabilidade de ensinar e orientar aqueles que são mais iniciantes. Ora, e não foi exatamente isso que aprendemos d@s noss@s mestr@s? Essa coisa iniciática, que está presente nas duas artes.

Também nos vimos semelhantes em utilizar nossa arte como plataformas para intervenções que transformam realidades, na roda de capoeira e na vida, ou como dizia se Pastinha "a capoeira se joga na roda pequena e na roda grande". Assim faz o Abramz no Uganda. Ele utiliza o break dance, com seus valores de igualdade e respeito mútuo, como instrumento para transformar a vida das pessoas, gerando iniciativa, coragem e auto-estima, além de muitas crews. Assim fazemos nós no Nzinga, lutando com Berimbau, Negativa e Rabo de Arraia por um mundo mais justo e igual, livre de todas as formas de discriminação - tais como o racismo e o sexismo.

Abramz dando uma palinha no nosso
aniversário de 4 anos... num CC, ou rolê!

Bem, na parte mais estética da coisa, qualquer um percebe. Vejam:

- O Rolê, na língua break dance, chama-se CC. Assusta, é exatamente o mesmo movimento
- Se fizermos vários Rolês em sequencia, isso chama-se Zulu Springs
- Ao trocar o lado de um Rolê, você está fazendo um Monkey Swing
 - Um "jogo embaixo" nada mais é do que um downrock (jogo em cima - toprock)

E por aí vai... Queda de rins? Esse ponto de apoio, que é vital para a capoeira da Tesoura ao Aú de cabeça, também é de suma importância no break dance. A entrada para qualquer baby freeze, por exemplo, se inicia com o velho e bom cotovelo encaixado na boca do rim, logo acima do quadril... Ponta do pé? Durante a aula que tivemos na roda de sábado na Feira do Pau, o cara mostrava tudo na ponta do pé - como a gente sabe até mais que as bailarinas.

Obrigado Abramz. Você volte sempre. Nós um dia chegamos aí!

2 comentários:

Amirosifa@blogspot.com disse...

gostaria de saber ond fica localizada a escola de capoeira nzinga

Anônimo disse...

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